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Mudança de Comportamento_ Reinvenções musicais memoráveis

Mudança de Comportamento_ Reinvenções musicais memoráveis Não far-se-á uma resenha do álbum clássico do Ira. Aqui faço uma resenha sobre artistas que no inicio da carreira eram de uma forma, mas de algum modo mudaram abruptamente o seu estilo ao longo de suas carreiras fonográficas. Do Axé para a MPB Ivete Sangalo é o exemplo brasileiro mais palpável. Em seu inicio como cantora, ela era animadora de trios elétricos e tinha um som próximo do pop e muito emoldurado pela percussão. Isso nos tempos da Banda Eva, o conjunto artístico que a torna famosa no pais todo. Mas de uns tempos para cá_ isso se inicia na fase de “Quando a chuva passar” é mais fácil ouvir Sangalo nas rádios de Música Popular Brasileira do que nas rádios de povão_ tipo Nativa e Band FM. É, os tempos são outros para a cantora de Juazeiro. Com letras mais elaboradas e menos percussão, está bem mais interessante escutá-la. Do Country para o pop Taylor Swift era a nova princesinha do country, isso no final dos anos 2000. A ponto de ter ganho o Grammy de álbum do ano em 2010 com o seu mediano (é estranho o Grammy as vezes laurear discos não tão incríveis com prêmios na categoria principal, mas isso agora não vem ao caso) Fearless, com apenas 20 anos; mas o ano passado, em que concorreu a Album do Ano com o melhorado Red, e viu o duo eletrônico Daft Punk lhe arrebatar a estatueta_ era evidente a carinha de choro e de decepção dela_ parece que ela resolveu que o pop iria lhe dar novos ares. E realmente deu. Seu novo álbum 1989_ tido como um renascimento segundo a própria_ é melhor do Fearless. É na verdade o seu melhor álbum até hoje, superando até mesmo o belo Red. Se ouve ali de tudo: Kate Bush, Depeche Mode e ate mesmo Katy Perry. Com a grudenta Shake it Off, o álbum tem vendido bastante e deu novos ares para a ex country. Um renascimento mais do que admirável. Do Jazz para o Soul Amy Winehouse era uma bela menina de 20 anos ao lançar Frank, que até no nome era jazz_ Frank Sinatra estava sendo homenageado. O disco é muito bom_ com clássicos como Fuck me Pups e Stronger than me, mas ainda faltava algo na britânica. Algo que a tornasse visível também aos EUA, o que Frank não conseguira. Essa guinada veio com Back to Black, o álbum de 2006 que também a tornou famosa nos EUA, o maior mercado de língua Inglesa do mundo. Com direito a indicação ao Grammy de 2008. Esse disco foi a virada de mesa para Winehouse, que nele cantava as dores de amor por Blake Civil em uma voz de soul da Motown. Uma virada memorável. Do pop eletrônico ao jazz Será uma virada permanente? Ou foi só para o duo com Tony Bennett uma das feras de jazz da velha guarda?Apesar de ter gravado os ótimos The Fame e Born the Way, eletrônicos até a alma, ela se reiventou de uma forma muito cativante. Mas a grande verdade é que Lady Gaga surpreendeu ao fazer uma participação no Cheek to Cheek, interpretando clássicos do jazz com uma alma digna de por exemplo Amy no inicio da carreira. Eu adorei ver essa guinada dela. E gostaria muito de ver um disco dela solo de jazz. Com composições próprias dela, de preferência. Lady Gaga só expande o seu talento, dessa maneira. Do grunge para o Experimental, passando pelo rock Alternativo Radiohead, até hoje o artista mais bem sucedido nessa onda de se transformar completamente. O quinteto de Oxford gravou o fraco Pablo Honey inspirado no grunge norte americano e não parecia passar do mediano. A virada começa em The Bends, em que clássicos como Fake Plastic Threes dão a tônica de que nascia uma grande banda. Mas a sentença foi escrita em Ok Computer, em que a alienação com a vida moderna a la Pink Floyd os escreveram definitivamente na estrada do rock. Mas o Radiohead ainda surpreenderia mais. Kid A, é, na minha opinião, o seu álbum mais incrível, que mostra a sua capacidade de reinvenção de uma forma muito poderosa, o que se pode observar também nos latinos do Café Tacvba. Esse álbum e a virada dos Radiohead. A transformação e a reinvenção deles ocorre de uma forma muito defintiva e bastante interessante. Do Grunge para o pop experimental Pj Harvey começou a sua carreira como uma arauta do rock alternativo, no seu ótimo álbum de estreia Rid of Me em que ela competia a sua voz com o som de guitarras distorcidas, e fez bastante sucesso, sendo muito popular nos anos 90 e abrindo espaço para artistas atuais como Anna Calvi, por exemplo. Mas o seu álbum de 2007 é realmente uma transformação drástica e bastante interessante.White Chalk e experimental até a alma, como muito piano. Lembrando seu ex namorado, Nick Cave. O resultado é bastante interessante. Do pop da jovem guarda para o romântico Roberto Carlos começou sua carreira muito calcado no pop sessentista baseado em The Beatles no interessante Roberto Carlos em ritmo de aventura, com musicas que incitavam a gente a dançar em bailinhos. Mas já no final dos anos 70 já ficou mais romântico, apesar de hoje em dia ter lampejos pop como “ Esse cara sou eu” e o funk (carioca) Furdúncio. Artistas que morreram na mesma praia, e poderia ter se reinventado e se tornarem mais interessantes (ainda): Ramones, REM, The Smiths. Artistas que ainda podem se reinventar nos próximos álbuns: Lorde, The XX, Adele, Foo Fighters

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