Selo: Sony Music.
A cantora chilena, mas radicada no México Mon Laferte está de volta com seu novo trampo, Femme Fatale, depois do extremo sucesso que foi seu album de 2023, Autopoietica, em que ela expandiu sua sonoridade pop alternativa para o trap e o reggeaton, por exemplo, além do jazz, cumbia e da bossa nova, com letras emocionantes e com bastante impacto.
Em Femme Fatale, seu novo trampo lançado agora essa semana, ela vem com o velho conceito da mulher sensual e empoderada, vulnerável, melancólica, e também sofisticada.
Ela vem mais voltada ás raizes piano e voz dos trabalhos anteriores na primeira faixa, autointitulada, uma canção sobre melancolia e fragilidade.
"Não tenho nada a perder, que se acabe o mundo/ Eu queria que me amassem, nada mais" mostra a vulnerabilidade do eulírico, nessa composição em que os arranjos de piano emolduram uma canção bastante confessional. "Sou esperta na arte de sabotar/ tantos anos tentando decifrar a mim mesma" só reforçam essa vibe de autoaceitação e autocompreensão serem algo arduo de se desenrolar, que a faixa título traz a seus ouvintes. O album traz o pop, música latina e arranjos jazzístico, e reforça o caráter boêmio da femme fatale representada ao longo das canções.
Segundo a propria Mon, em entrevista ao El Pais Mexico, se trata de seu album mais tranquilo e mais amadurecido, porque ela está com 42 anos, e se tornou mãe. E é explorado o jazz até a ultima gota, similar ás grandes divas estadunidenses como Billie Holliday ou Roberta Flack, que tanto fazem parte do imaginário popular. E ela se inspirou na mulher vedete, que por vezes é sexualizada, mas é algo bem mais artistico e menos carnal do que uma prostituta.
Na segunda faixa, Mi Hombre, é uma reflexão sobre estar completamente envolvida com um homem absolutamente comum e banal, mas ela vai enaltecendo como mesmo em uma situação assim, esse momento se torna grandioso para si, por ela estar completamente apaixonada. Mesmo não sendo prioridade na vida desse sujeito e ele não sendo correspondente ao parceiro ideal. Otra Noche de Llorar, que foi apresentada em abril como single, ela relata do quanto está mal, se sentindo perdida e solitária, e sendo "quase Natal", e sobre o fato de já estar entediada a respeito da pessoa amada. Como fica evidenciado no verso: "Não tenho comido bem, tudo me sai mal/ já fumei tudo o que devia/ já quase Natal e somente penso/ como já estou entediada de você?" "Já tenho que esquerer-te/ Porque você seguirá junto a ela." El Gran Senor retrata violência psicológica e verbal; "O grande senhor da covardia", Veracruz (uma localidade do México) é bastante confessional, porque fala sobre um processo de migração, e 1,30 fala sobre empoderamento e é declamada. La Tirana, usando um interlocutor (Amiga/ Nathy Peluso) ela expõe-se no auge da vulnerabilidade no verso "Quero alguém de confiança, com experiência/ (...) Quero a alguém que me ame com urgência/ Um homem que me possa ver de verdade", no maior estilo musica ranchera mexicana. A tirana se desnudando como alguém carente, a tirania seria uma autodefesa. No feat com Tiago Iorc, canção sobre redenção desse mundo boêmio como prenúncio de uma despedida. "Em um mundo ideal, voltaremos a nos encontrar/ Faremos amor, e seria um grande adeus"
A mágica de FF é Laferte mostrar que apesar do vulcão de sensualidade que o exterior dela apresenta, como uma mulher naturalmente sedutora e sensual, tem seu caráter vulnerável e sua fragilidade. Um verdadeiro caos e desastre, sua vida real passa bem longe do glamour que seria esperado. A mulher fatal desnudando seu interior dilacerado.
Até nos clipes, a Femme Fatale aparece em escritórios, há um erotismo sugerido dela junto aos seus pares, a Femme Fatale é sempre retratada com uma tensão sexual, mas que não vem a se efetivar de fato.
O album de Laferte traz colaborações com Susana Estrada, Natalia Lafoucarde, Conociendo Rusia, Nathy Peluso. E o brasileirissimo Tiago Iorc. E a sua Santiago é enaltecida na letra com Iorc, Hasta que nos Despierte la Soledad.
Esse é o seu primeiro trabalho pela gravadora Sony Music, e traz um refino mais sombrio e também mais arriscado.
De longe, o trampo mais intimista de Mon Laferte, uma desnudação. Que ela traga esse trampo para o Brasil, como fez com Autopoietica.
Highlights: Otra Noche de Llorar, Veracruz, La Tirana, Hasta que nos despierte la Soledad.
Coletivo pernambucano formado em 2024, composto por Matheus Dália (Dersuzalá) baixo, guitarra, synths, Beró Ferreita (Qampo), guitarrista e vocalista, e Pedro Bettim, na produção, e complementado por Guilherme Calado, teclados, e Saulo Nogueira, guitarra, eles unem em seu álbum de estreia elementos da música psicodélica, musica brasileira anos oitenta, jazz fuzion, funk, new wave, e faz um pop rock bem auspicioso em seu début Esperando Sentado, pagando para Ver, lançado pelo selo Na realidade, eles trazem elementos da city pop com uma pitada de humor irresistível (como na segunda faixa de ESPV, a ótima Baby Mistério com seu riff funkeado) e também apresentam referências a Djavan e Rita Lee, Steely Dan. Eles já vieram chamando a atenção no single Contramão lançado em janeiro de 2025, forte em jazz fusion com seu lindo solo de guitarra. A terceira faixa de ESPV, Coitadolândia, traz uma influência clara de Guilherme Arantes, e fala sobre o fardo de nascermos para estarmos sempre em um...
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