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Os albuns inesqueciveis de 2013 Parte III


Os albuns inesqueciveis de 2013 Parte III

Com direito a features de toda a America hispânica!

Oie, cá estou novamente na missão de levar aos meus amis informações sobre as mais espetaculares manifestações musicais dos 365 dias de 2013. O ano que acaba daqui há cinco dias deixará muitas saudades, saca só:

                Daft Punk, Random Access Memories, lançado em 21 de  Maio de 2013

Os garotos do Daft Punk estavam num hiato de quase sete anos, quando resolvem conceber essa maravilhosa odisseia pela música eletrônica. Kraftwerk? Depeche Mode? Radiohead? Não importa. O álbum é coeso, e muitíssimo interessante. Talvez seja o melhor que eles já fizeram. O disco conta com participações ilustríssimas como por exemplo o rapper Pharrell Williams, Julian Casablancas_ da banda indie The Strokes e Giorgio Moroder,  aparecendo na musica  com um alter ego da dupla de musica eletrônica, que declama a sua vida de loucuras até se tornar um músico_, é na verdade um artista italiano, tido como mestre dos sintetizadores, que canta na ótima faixa Giorgio by Moroder. Synthpop, french house, rock alternativo... Não importa o rótulo, esse álbum tem tudo para figurar nas listas de os melhores álbuns de todos os tempos  daqui a alguns anos. Com músicas comerciais_ como a maravilhosa Get Luck, que fala da experiência de ser sortudo na arte de conquista sexual_ à experimental Giorgio by Moroder, é um álbum de muitíssima qualidade, a começar pelo design_capa e encarte_ que remete a um futuro Metrópole,  aquele filme da década de 20 que é tido como Cult até hoje, ao maravilhoso solo de Casablancas em Instant Crush, canção que fala sobre um amor que não quer passar_ tudo é perfeito, e é um sério candidato a entrar definitivamente em nossos corações.

                Faixas de destaque: Get Luck, Instant Crush, Giorgio By Moroder, Contact .

                Nota: 9,0

 

De graça, Marcelo Jeneci, 15 de novembro de 2013

Uma grata surpresa no cenário pop brasileiro. Criado lá para as bandas de Guaianases, mais precisamente na Cohab Juscelino, Jeneci passa muitíssimo tempo sem saber que era compositor e interprete, e dos bons. Mas nesse recente trabalho, a flor de Marcelo finalmente desabrocha. O álbum é uma fusão de MPB, rock alternativo, pop rock, Jovem Guarda, com musicas líricas, sentimentais (sem serem bregas, bem entendido!). O violão de Jeneci, casa-se com ska, world beat, tudo em uma simbiose de perfeição e de rara beleza. Podemos ver, em canções como a comercialíssima Julieta, que há um resquício muito breve de Los Hermanos, com um pequeno riff de guitarra, e depois descambando para o ska, “Para de chorar Julieta, você não sabe ler uma carta de amor.”Em Alento, por exemplo, uma batida meio indie, que lembra as bandas indie britânicas, com uma letra contudente, e a graciosa faixa titulo, muitíssimo alegre, cantada muito rápido, mas nem por isso deixa de ser bela. É um álbum muito incrível. Temporal nos leva a uma paisagem quase fotográfica.   E a intro de viola de Tudo bem, tanto faz? Com um feat encantador de Laura Lavieri, parceira de longa data de Frenesi. Amei o álbum, e acredito que os corações mais sensíveis_ tenho muita fé nisso_ cairão de amores por esse Jeneci no auge da criação.

Faixas de destaque: Julieta, Alento, De Graça, Temporal

Nota: 9,5

 

Franz Ferdinand, Right Thoughts, Right Words, Right Action, lançado em 26 de Agosto de 2013

                O Franz, um dos maiores expoentes do chamado rock indie dos 2000s, volta á baila com toda força, com um álbum dançante, que mescla house music, pop, e rock de garagem. A mistura é apimentada pela presença de Love Illumination, uma das melhores músicas feitas por eles, que remete á alegria e a eficiência de Take me Out, do álbum intitulado que os catapultou ao mainstream. A música traz letra alegre, com ensinamentos, “when you’re half way from a dream, Is it hard to work out what is real?” ou “ sweet sweet love celebration, cop carn burn, reason turn…” com um riff de guitarra empolgantissimo, e uma alegria que é difícil não se contagiar. Mas o álbum não fica só nisso.  Como a animada Right Action, e a felizinha Fresh Strawberries, que tem uma temática mais lírica, sobre a frágil existência nossa como seres humanos. É uma retomada ás raízes. Foi uma grata surpresa ao indie do primeiro álbum.

                Faixas de Destaque: Fresh Strawberries, Love Illumination

                Nota: 8,0

 

Vida, Draco Rosa, lançado em 19 de Março de 2013

Falar de álbum vencedor do Grammy na principal categoria é meio que chover no molhado, mas vamos lá. Acometido por um linfoma que quase lhe custou a vida,  o porto riquenho Draco Rosa, um ex menudo, se inspirou a criar esse álbum que é uma maravilha divina.Que celebra a vida, como não poderia deixar de ser... Com features de quase toda a America Latina_ de Shakira a Tego Calderon, é um álbum que mescla letras fortes, de impacto, com sonoridades de toda a América. Como por exemplo rock alternativo, com o supergrupo de rock mexicano Maná na ótima Penélope, pop rock com Shakira em Blanca Mujer, com uma intro de piano rock, e a ótima  _ e comercial_ Más y Más com seu amigo Ricky Martin, relembrando seus tempos no extinto Menudo, a boy band mais importante da America Latina nos anos 70 e 80, com direito a apresentação na cerimônia do Grammy, e ainda  Juanes, voltando ás raízes roqueiras na bela Roto por ti, e com direito a um mergulho no reggeaton com os conterrâneos Tego Calderon Brujeria, com uma intro de guitarra experimental,  Calle 13 em Madre Tierra, mergulhando assim na fusão do hip hop com ritmos caribenhos.. A diversidade nunca fez tão bem... E nunca a cura de uma doença grave foi tão bem celebrada!

Faixas de Destaque: Penelope, Blanca Mujer, Brujeria

Nota: 9,5

                    

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