Pular para o conteúdo principal

Os Álbuns Inesquecíveis de 2013_ Parte II


Os Álbuns Inesquecíveis de 2013_ Parte II

Olá! Voltei, com a segunda parte de minhas resenhas sobre mais alguns álbuns significativos lançados em 2013. Espero que gostem de minhas colocações.

 

Apanhador Só, Antes que tu conta outra, lançado em 21 de Maio de 2013

O Apanhador Só_ Cujo nome foi provavelmente baseado em O Apanhador no campo de Centeio_ é uma banda indie gaúcha formada em 2005 e composta por Alexandre Kupimski, Felipe Zancanaro, André Zinelli, e Fernão Agra,que tem na estrada apenas dois álbuns, autointitulado,  de 2010, e esse que foi lançado em 2013, ano que saiu muita coisa porreta na industria fonográfica. Esse álbum tem de tudo_ experimentalismo, indie, guitarras distorcidas e letras sentimentais e bem humoradas. Os Apanhador conseguiram fazer um disco muito bom, com direito a experimentalismo_ como em Mordido e Em casa está pegando fogo, e  a ótima Vita, Ian, Cassales, que tem uma batida a La Los Hermanos e um quê de world beat, Despirocar tem uma pegada Jovem Guarda e um humor gritante. Apanhador só é realmente uma fusão de rock sessentista, o indie dos anos 2000, e do experimentalismo das bandas setentistas. Líquido Preto _ coca cola?_ é uma balada que começa com “Pau no cu de quem não quer dividir esse refri com a minha mulher...”uma mistura de romance com balada certeira às rádios com uma levada Pato Fu. É um disco de rara beleza, cada faixa com certeza tem algo a acrescentar a nossa vida! Rota, com inicio  de Pavement, depois parece world beat. Torcicolo e Por Trás cujas introduções lembram The Strokes.  Reinação teve berimbau em seus arranjos. Escutem. Vocês vão saber o que é um disco de verdade.

Faixas de Destaque: Vita, Ian e Cassales, Despirocar, Liquido Preto

Nota: 9,0

 

Reflektor, Arcade Fire, Lançado em 28 de Outubro de 2013

Win Butler e Regine Chassagne retornam dispostos a abocanhar um novo Grammy. Bom para os discos desse ano que eles lançaram o álbum depois do dia 30 de Setembro, data limite do Grammy 2013, senão, Reflektor seria um concorrente feroz. Eles parecem ter aprofundado a introdução que já tínhamos visto em The Suburbs. Os sintetizadores continuam lá. A proposta_inovadora, não?_ de lançar disco duplo com apenas 13 músicas_ longas, mas só 13_ foi criticada até mesmo por Noel Gallagher, mas tudo bem. O disco é estupendo. 13 aí não quer dizer sinal de má sorte, cada faixa do álbum conta uma história, e que história! Assim como o álbum anterior era sobre os subúrbios, dessa vez o Arcade foi até a mitologia grega para tecer sua magna opus. Esse é, concordo com a Rolling Stone, o melhor disco deles. Dificilmente eles farão algo tão espetacular novamente. Mas vamos á sonoridade.

                Muitos sintetizadores. As faixas mais encantadoras são sem dúvida a titulo, com participação de David Bowie, que seria house music no duro. No começo, confesso que estranhei, mas agora consigo reconhecer a beleza da letra. Mas não é só isso. A faixa We Exist dá em sua introdução uma lembrança da Billie Jean de Michael Jackson. Outros destaques ficam por conta de Flashbulb Eyes, que a Rolling Stone classifica com Wold Beat.Uma mistura de reggae. Reggaeton e Rock alternativo, uma das melhores do álbum. A Here comes the night time #1 é bem mais alegre que a #2.Ambas são incríveis! Na verdade, a proposta é o primeiro álbum ter umas músicas mais alegres, e o segundo, mais sombrias. Eu acredito que esse álbum seja o indicador de o Arcade estar no auge de seu processo de criação. O mito de Orfeu e Euridice nunca foi tão bem revisitado. 

                Faixas de Destaque: Reflektor, Here comes the Night Time #1, We Exist, Joan of Arc, Awnful Sound (Oh, Eurydice!)

Nota: 9,5

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Aperitivo: Papôla, Esperando Sentado, Pagando para Ver

Coletivo pernambucano formado em 2024, composto por Matheus Dália (Dersuzalá) baixo, guitarra, synths, Beró Ferreita (Qampo), guitarrista e vocalista, e Pedro Bettim, na produção, e complementado por Guilherme Calado, teclados, e Saulo Nogueira, guitarra, eles unem em seu álbum de estreia elementos da música psicodélica, musica brasileira anos oitenta, jazz fuzion, funk, new wave, e faz um pop rock bem auspicioso em seu début Esperando Sentado, pagando para Ver, lançado pelo selo Na realidade, eles trazem elementos da city pop com uma pitada de humor irresistível (como na segunda faixa de ESPV, a ótima Baby Mistério com seu riff funkeado) e também apresentam referências a Djavan e Rita Lee, Steely Dan. Eles já vieram chamando a atenção no single Contramão lançado em janeiro de 2025, forte em jazz fusion com seu lindo solo de guitarra. A terceira faixa de ESPV, Coitadolândia, traz uma influência clara de Guilherme Arantes, e fala sobre o fardo de nascermos para estarmos sempre em um...

Aperitivo: Mon Laferte, Femme Fatale

Selo: Sony Music. A cantora chilena, mas radicada no México Mon Laferte está de volta com seu novo trampo, Femme Fatale, depois do extremo sucesso que foi seu album de 2023, Autopoietica, em que ela expandiu sua sonoridade pop alternativa para o trap e o reggeaton, por exemplo, além do jazz, cumbia e da bossa nova, com letras emocionantes e com bastante impacto. Em Femme Fatale, seu novo trampo lançado agora essa semana, ela vem com o velho conceito da mulher sensual e empoderada, vulnerável, melancólica, e também sofisticada. Ela vem mais voltada ás raizes piano e voz dos trabalhos anteriores na primeira faixa, autointitulada, uma canção sobre melancolia e fragilidade. "Não tenho nada a perder, que se acabe o mundo/ Eu queria que me amassem, nada mais" mostra a vulnerabilidade do eulírico, nessa composição em que os arranjos de piano emolduram uma canção bastante confessional. "Sou esperta na arte de sabotar/ tantos anos tentando decifrar a mim mesma" só reforçam...

Aperitivo: The Last Dinner Party, From The Pyre

Selo: Island Records. Parece que a temática religiosa e mística tomou conta dos albuns de indie alternativo nesse ano de 2025, vide trampos de Candelabro, e o futuro da Rosalia, Lux, que será lançado mês que vem. The Last Dinner Party, que conta com as britânicas Abigail Morris, Lizzie Mayland, Emily Roberts, Aurora Nishevci e Georgia Davies traz esse From The Pyre para nossa apreciação auditiva, que mais uma vez agradece, visto que esse album é bastante interessante. Lembra realmente os momentos mais apreciativos de artistas de baroque pop como Florence and The Machine e a atemporal Kate Bush. Elas vem com corais poderosos, riffs intensos, hipnóticos. Não é segredo nenhum que o trampo anterior, Prelude to Ecstasy já trazia camadas e texturas musicais bem auspiciosas, mas nessa sequência elas verdadeiramente transcenderam. Fruto de uma mixagem e de uma produção mais apurada e mais direcionada a soar como canção chamber e folclórica. Para esse novo trampo, saiu a produção do début, q...