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Os Discos mais significativos dos 2000 parte V

Os Discos mais significativos dos 2000 parte V

Oie galera. Eu estive vasculhando na minha discoteca, e aqui cito mais alguns discos que fizeram a cabeça da galera dos anos 2000.

Archandroid, Janelle Monae, 2010

Janelle já é conhecida nossa pois fez uma participação inesquecível com os fun. que é a banda dona do super-hit We're Young, vencedora do Grammy de 2013, como gravação do ano. Janelle é uma espécie de Lauryn Hill cibernética. Seu álbum, um dos mais conceituados do neo-soul dos 2000, tem elementos de futurismo, vanguardismo, e hip-hop. Tudo junto e misturado, e na mais perfeita harmonia. Esse CD dela é baseado em um épico filme dos anos 20, chamado Metropolis, alemão, mas idealizado pelo austríaco Fritz Lang, que tinha como um de seus personagens principais a androide Maria, que lidera uma revolta de humanos contra o escravismo da época moderna. Em entrevistas, Janelle diz que o fato de ser uma afro-americana não significava que ela tivesse de produzir uma obra convencional_ de rap ou hip_hop. Teria de ser algo mais surpreendente... Realmente, a sua obra está longe de ser convencional. O que se vê ao ouvir o álbum é uma opera rap. Com faixas conceituais que contam uma verdadeira odisseia cibernética da androide que é um alterego de  Monae. É uma obra que vai perdurar, constituída de suítes, que celebram uma verdadeira ode à tecnocibernetica. É e fato um disco e tanto, e será influente por décadas.
Principais faixas: Cold War, Wondaland, Say You Go.

The XX, autointitulado, 2009
O The XX é uma banda pouco falada pela mídia, mas foi capaz de fazer um disco de rara beleza. Com elementos que mesclam jazz, e musica eletrônica_ similar ao Kid A do Radiohead_ é um álbum conceituado pois eles inovaram. Pois as bandas dos 2000 se caracterizaram por serem melódicas e muito garageiras, e de repente o que estamos ouvindo é um disco que parece ter sido feito para não fazer barulho, dizer direto ao coração... Segundo um dos lideres da banda, Romy Madley Croft, foi um álbum feito na moita, pois eles não podiam fazer muito barulho para não incomodar os vizinhos, mas é um álbum lindo. Com muita diferença de animadas e barulhentas bandas contemporâneas como Arctic  Monkeys e Franz Ferdinand, é um disco meio jazzista, meio ambiente, calmo e suave. Mas que fala direto ao coração do ouvinte. Com musicas melancólicas e suaves, tente resistir se for capaz!
Principais faixas: Infinity e Night Time

Arctic Monkeys Whatever People Say I Am, That's What I'm Not, 2006
Com esse titulo enorme tirado do filme Saturday Night and Sunday Morning, estrelado por Albert Finney, tinha de ser inesquecível..
O Arctic construiu a sua própria historia. Inicialmente comparados aos Strokes, logo começamos a ver a que eles vieram. Esse álbum é do carai. Tem de tudo ali. Beatles, Rolling Stones, Blur, Oasis, e é claro, Strokes.  Os Arctic conseguiram produzir um dos discos mais emblemáticos dos 2000 juntando ingredientes figurinhas marcadas: muito post punk revival, letras divertidas, e guitarras afiadissimas. E a capa é um clássico, com aquele fumante,  Chris McClure,que é integrante de uma banda inglesa mais desconhecida. Controversias á parte, é uma bela capa... O que importa é que a mistura de Franz Ferdinand e Oasis se tornou um dos discos mais vendidos dos últimos 15 anos no Reino Unido. E é uma mistura que interessa por demais. As musicas são sentimentais e divertidas ao mesmo tempo. Não tem como não se tornar fã.
Principais faixas: I bet you look good in the dancefloor, A Certain Romance

The Suburbs, Arcade Fire, 2010
é mais uma belezura dos Arcade. Eles estavam inspiradíssimos quando fizeram esse disco, conceitual pois fala dos subúrbios texanos em que Win Butler passa a infância e a adolescência.
É um álbum que mistura todas as influencias dos Arcade, de Neil Young a Depeche Mode, de Radiohead a Echo e The Bunnymen.
Um álbum que tem elementos inesquecíveis, como solos de violinos, como em Empty Room, a guitarra distorcida dos Ramones, como em Month of May_ que segundo os editores da Rolling Stone, essa música foi deixada no meio propositalmente para dividir o disco, que estava meio lírico, meio sentimental,  e a partir dai fica mais animadinho, e lirismo puro nas ótimas Sprawl I, e Sprawl II, cantada com a alma da linda voz jazzista de Regine Chassagne.
E sem contar a Ready to Start, que é uma espécie de mistura de Depeche Mode e Radiohead
Precisa dizer mais?
O que dizer de um disco que até hoje é o único ato indie a ter sido agraciado com o Grammy de Album do Ano? Falar o quanto esse disco é bom é chover no molhado. É o OK Computer dos Arcade.
Principais faixas: Ready to Start, Month of May

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