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Os maiores discos dos 2000 parte VI


Os maiores discos dos 2000 parte VI

 

Aqui vão mais títulos da era do advento do indie. São títulos que são emblemáticos e com toda a certeza  possui músicas que fazem parte da trilha sonora da sua vida.

                Cuatro Caminos _ Café Tacvba_2003

                É realmente uma pena o brasileiro continuar a torcer o nariz para as manifestações latinas da musica. Os garotos do Café, depois de terem feito misérias nos ícones  Re (1994) e Revés/ Yo soy (1999), agora eles voltaram com musicas totalmente comerciais. Pois os discos anteriores, apesar de serem poderosos, não tinham músicas lá tão comerciais. O quinteto de Cidade Satelite, no México fez um disco com sonoridade muito próxima do rock alternativo norte americano, mas sem deixar de lado as raízes latinas. A introdução com Cero y uno puxa para o eletrônico, uma tendência presente nos tacvbos desde o álbum desde Revés/ Yo Soy, seguida da rapidinha Eo, e depois a bonitinha  Mediodia, em que o eu-lirico convida seu ouvinte a contemplar a natureza ao redor, e a rapidíssima Que pasará, que remete ao rock alternativo, Camino y Vereda, meio eletrônica e meio metal, para desembocar na comercialíssima Eres, que lembra as melhores musicas dos conterrâneos Maná, e sabe chegar fundo ao coração da pessoa amada. Soy e estoy remete ao pop de artistas como Shakira, por exemplo.

                Encantamiento Inutil é pop, e tristonha também, e fala sobre o que é dispensável na vida.

                Puntos Cardinales remete ao eletrônico, e essa bipolaridade é o que faz o disco ser incrível, ora pendendo para o pop, ora para o eletrônico, e ora para o alternativo.

                Mas uma das melhores faixas é realmente Hoy és, cuja sonoridade remete á musica árabe.

                Resumindo: é um disco interessantíssimo. Vale a audição.

                Faixas de destaque:

                Eres, Encantamiento Inutil,Puntos Cardinales, Hoy es

 

 

                Come Away With me _ Norah Jones_ 2002

                Norah é filha do gênio da citara indiano Ravi Shankar, mas não segue esse caminho ao compor a sua obra prima.

                A faixa de destaque é a primeira, em que ela questiona o porquê da ausência de decisão da pessoa amada em favor dela.

                E é nessa fusão de jazz com country que Norah faz a sua morada.

                As musicas mais interessantes são sem duvida a faixa titulo, que um crítico disse certa vez que era um convite dela para que a pessoa fosse embora com ela para sempre.

                A segunda faixa conta a historia de uma pequena garota, que podia ser muito bem ela própria, dançando, girando ao som de sua canção favorita.

                Cold Cold Heart é um presente de Norah ao magnânimo Hank Williams, mestre do country.

                A faixa 11, One Flight Down, a qual é sobre um mergulho no incerto, tem uma introdução hipnotizante de piano que é algo de louco.

                E para terminar, a bela canção The Long Day is Over, que fecha o disco falando  lindamente sobre o entardecer de mais um dia.

                É, juntamente com Amy, o melhor que o jazz contemporâneo já ofereceu. 

                Faixas de destaque:

                Don’t  Know Why, Cold Cold Heart, Come Away With Me, One Flight Down.

                        

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