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Os Grandes dos 2000

Os Grandes dos 2000

Tribalistas, (Marisa Monte, Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown)

                O supergrupo formado pelo ex-titã, pela musa da MPB, e pelo plural e global baiano é um álbum memorável pelo seguinte aspecto: fusão de tendências.

                Ali tem de tudo um pouco: soul, funk, e claro, rock e MPB.

                A primeira faixa, Carnavalia, fala sobre o já batido tema do carpe diem: vamos aproveitar a vida enquanto se pode. E claro, descreve uma de nossas festas mais queridas.

                Um a Um, é claro, é uma balada em que o eu-lirico se derrete a pessoa amada.

                Velha Infancia, uma das melhores faixas, tem elementos do funk.

                Passe lá em casa, por sua vez, mais cantada por Arnaldo, tem elementos do soul.

                É Você já remete a elementos jazzísticos.

                Carnalismo tem pianos e segue a tendência jazzista da anterior, e da para ouvi-la antes de dormir, pois é bem calma.

                Mary Cristo e Anjo da Guarda tem introduções experimentais, e são simples e  encantadoras pois falam de itens do cotidiano. Assim como também Pecado e deixar de molho.

                Já sei namorar é a principal do álbum e fala sobre liberdade. E o vocal de Marisa com Antunes de backing vocal é um charme.

                E o disco se encerra com  faixa titulo, que é a recitação de um dos muitos poemas de Arnaldo Antunes, e depois uma caracterização do supergrupo.

                Um álbum dos bons, concorrendo à principal categoria do Grammy Latino 2003, inclusive.

                Faixas de destaque:

                 Carnavalia, Velha Infancia e Tribalistas.

                A rush of blood to the head, Coldplay_ 2002

                O melhor disco dos Coldplay até hoje. Infelizmente, nunca o conseguiram superar. Começa com uma musica agitadíssima, chamada Politik, que remete a semântica da palavra_ algo agitado, sobreposição de sons. Depois ela se acalma, mas é um caos de pianos e guitarras irresistível.

                Depois vem a bonitinha In My Place, que foi utilizada até em Smallville,  musica esperta sobre desolação, tema muito caro aos CP.

                The Scientist é a perola do álbum. Toda calcada em piano, o que se tornou a marca registrada dos CP, o piano rock. Musica sobre como é estar sozinho na relação.

                A linda Clocks, remete aos momentos de iluminação dos U2, ídolos declarados de Chris Martin.

                Daylight é alegre como o rock alternativo deve ser. Mas a letra é melancólica.

                Green Eyes é a tristeza e a desolação em musica. Acústica, suave, belíssima.

                A Whisper, 123 como queria Ian McCulloch, ídolo do Echo e The Bunnymen, segundo a lenda. É uma  musica para se pensar.

                E as duas ultimas faixas, a titulo e Amsterdam, são o fecho de ouro de um disco sublime.

                Faixas de destaque: Politik, Clocks, The Scientist, Whisper

               

                Brothers (The Black Keys) 2010

                Os black keys ja eram veteranos a essa altura, já tinham cinco álbuns, mas foi com esse que veio a sentença deles como uma banda incrivelmente interessante. O álbum tem fusão do blues,e do soul. As maiores influencias são sem duvida Beatles e Led Zeppelin, as letras são as dos primeiros, e a sonoridade, dos segundos.

 

                O álbum abre com Everlasting Lights, em que Auerbach canta em falsete sobre  como sempre, um amor ido
A segunda faixa, Next Girl, uma das melhores, tem influencia do blues nortenho, em que o eu-lirico fala que de forma nenhuma sua próxima garota parecerá com a ex.
                Tighten Up já antecipa a tendência comercial de El Camino. Fala sobre a procura pelo amor pelo eu-lirico. E tem elementos, ainda que raros, de musica eletrônica. Assim como a quarta faixa, Howlin for You que também navega nas águas de canção single.
                She’s Long Gone é mais trabalhada que as anteriores, e tem algo de soul... Sobre uma garota difícil de ser conquistada. Ou seja uma garota inacessível.
                Black Mud é uma  faixa instrumental absolutamente graciosa.
                The Only One também é uma faixa permeada pelo soul. Sobre o poder da pessoa amada sobre o eu-lirico.
                To afraid to you é uma faixa esperta, soul, parecida com as de Turn Blue, seu atual álbum.
                Tem Cent Pistol lembra a Ramble On, do Led Zeppelin.
                Sinister Kid remete a When the level breaks, do Led Zeppelin IV. Sobre um garoto fora da margem da sociedade.
                Unknown Brother é mais uma faixa interessante e soul. Seu riff  pode ser relacionado  a fase  Turn Blue.
               
                Never Gonna Give you up é psicodélica e fala sobre ser persistente.
                These Days remete a Rolling Stones é fecha graciosamente o  melhor álbum dos BK até agora.
                Faixas de destaque: Next Girl, She’s Long Gone, To afraid to you, These Days
 
                 
 
                  

 

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