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Aperitivo: Always Ascending, Franz Ferdinand

Selo: Domino
Lançamento: 09 de fevereiro de 2018
Synthpop, dance rock, pop,
Nossa avaliação: mista
Ouça: Lois Lane, Feel the love go e Always Ascending
Lembra: Arctic Monkeys, Bloc Party



A banda escocesa, que brilhou na década passada ao incorporar ao seu som alternativo elementos do pós punk de bandas como Talking Heads, Gang of Four e elementos do glam rock, como o classicão do camaleão do rock David Bowie, Let´s Dance de 1983, está de volta em 2018 com esse novo álbum, que dá sequencia ao prestigiado Right Thoughts, Right Words e Right Action de 2013.
A faixa título traz sintetizadores e vozes aspiradas, e começa suave, e vai se tornando mais intensa com o passar do tempo. Foi lançada como single líder em 25 de outubro de 2017 e como as demais canções do álbum, traz influências setentistas, oitentistas e do glam rock além de trazer uma letra bem introspectiva. Traz uma característica de ser uma canção de synthpop mas sem deixar de ser rock alternativo. E ainda o álbum é o primeiro trabalho após o guitarrista Nicky McCarthy, também ex-tecladista da banda. Mas acredito que o estreante Julian Corrie tenha se saído bem nessa primeira empreitada com o Franz.
Lazy Boy traz a presença de baixo, que foi sempre uma característica marcante da banda, mas os sintetizadores continuam mandando ver na estrutura melódica da canção. Mas para falar bem a verdade os seus arranjos acabam soando mais interessantes do que a sua letra, que metaforicamente fala de alguém que tem preguiça de trazer novidades para a relação. Mas eles fizeram uma canção que não sai de nossa mente desde e primeira vez em que a escutamos.
A terceira faixa foi estreada em um programa de TV chamado “The Andrew Marr Show”. Tem a estrutura melódica que já é comum aos trabalhos antigos da banda _ sintetizadores e guitarras, e é uma canção que fala sobre liberdade.
A banda fez nesse álbum o que vinha fazendo desde o início de sua carreira: batidas pop com sintetizadores mesclando-se com batidas eletrônicas.
Finally, a quarta canção vem forte com os seus sintetizadores e parece um pouco com as canções do seu segundo album, é a que traz bastante batidas eletrônicas e a sua letra é bem simplória, mas seus arranjos acabam por ser classificados como marcantes.
Lois Lane é uma das pérolas do álbum, com as suas batidas metálicas e seus sintetizadores um tanto alucinados. A letra fala da história de Lois Lane, mas os arranjos muito bem casados tornam essa canção uma das melhores do album. O sintetizador vem em cascata e essa canção tem uma característica de ter arranjos psicodélicos.
Huck and Jim traz um rock mais de garagem na introdução, mas depois soa como um ska, e na nossa opinião, os vocais de Kapranos estão muito bem trabalhados nessa faixa. A canção é na nossa opinião uma das que mais se parecem os albuns anteriores e que traz uma roupagem alternativa e rock de garagem. Esa canção contrasta com o restante do album pois é a que mais contem guitarras em seus arranjos. Glimpse of Love em sua introdução e em seu decorrer tem arranjos que lembram bem as fases anteriores da banda, e os sintetizadores se casam muitíssimo bem com os teclados.
Feel the Love Go é uma canção sobre o fim do amor e traz sintetizadores nervosos e bastante eficientes, alem de uma característica de rock de garagem. Há a presença de um saxofone ao longo dessa canção e a ultima canção, que encerra o album, tem uma certa verve psicodélica e a letra é bem introspectiva.
Glam rock e psicodelia parecem ter sido as opções para os Franz pra esse novo trabalho. Que te bota para dançãr mais traz algumas passagens de lamento, nostalgia e desabafo.


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