Pular para o conteúdo principal

As músicas do primeiro semestre de 2015 parte i

As músicas do primeiro semestre de 2015 parte i A que no me dejas _ Alejandro Sanz O álbum Sirope é muito meloso, como tudo na obra de Sanz, mas tem realmente muita chance de figurar entre os álbuns latinos de 2015 no Grammy Latino, cuja data de anúncio de seus indicados ocorrerá em setembro. A que no me dejas parece a primeira vista mais uma canção de amor desse artista espanhol que ao longo dos anos tem ocupado seu lugar de apreço no coração de muitos latinos, em sua maioria mulheres, é verdade, mas também de brasileiras! O que é um grande feito, pois brasileiro ignora as manifestações musicais em espanhol. Mas ela é uma canção de muita qualidade sonora, e Sanz toca com o útero, como diria Fausto Silva. Ele conta em sua canção que o tempo muda as pessoas. Afinal de contas éramos uns ontem, e amanhã seremos outros. Ele suplica para que a pessoa amada não o deixe para trás, e luta com unhas e dentes para que ele não seja sugado pelo esquecimento como sempre ocorre na rotina dos relacionamentos. Há inclusive uma parte em que ele se diz ser o tempo em que eles compartiram enquanto juntos... e que é o que ama a pessoa amada, e lhe dá vontade de seguir a frente. Entao, logicamente, estando nessa situação, ele não pode deixa-la ser tão fria com ele. E pede para que ela não o deixe, pois aí é que ele mais se apixonará. Quanto a sonoridade, tem toda a orquestração que já é uma comum na obra de Sanz, que apesar de seus exageros estéticos, é algo bem escutável e apreciável . É uma canção de como o amor pode ser motivo para todo o tipo de recomeço. Deve de tocar muito nas rádios latinas. O Grammy conseguirá ignorar uma musica tão especial?? Que pena que o Brasil faz de conta que esses artistas não exitem. Nota: 9,5 Wilder Mind_Mumford & Sons A primeira vista, parece que estamos ouvindo Legião Urbana. De verdade, é serio, a mesma forma de a guitarra se desenvolver, e a bateria... Os Mumford deixaram de ser folk e viraram indies. Tal como Taylor Swift deixou de ser country e se tornou pop. Mas com eles não parece ter dado tão certo quanto com Swift, pois o álbum deles Wilder Minder, soa mais próximo da medianidade do que do incrível. Mas vamos a canção, que é bem interessante. Ela é curtinha, mas é contundente. Fala sobre a luta que é manter o amor aceso ao longo do dia a dia. E como quando a pessoa tem uma mente cada vez mais selvagem, as coisas se tornam ligeiramente mais difíceis. E no quanto foi importante ele e o amor acreditarem em um sentimento eterno e infinito. O álbum pode não manter a coesão ao longo das 12 faixas, mas vale perceber que é legal vê-los tentando uma coisa completamente fora do folk, que os projetou para a fama. Mas uma coisa é certa: já começamos a sentir saudades do Mumford da era Babel. Pois parece que esse novo Mumford soa mais coldplay e Keane do que qualquer outra coisa. Na verdade, estão mesmo parecidos com o Snow Patrol. Nota: 8,0 Canto a Colombia, Juan Luis Guerra O álbum foi lançado no final de 2014, e se chama Todo tiene su tiempo, mas vamos falar assim mesmo de uma de suas canções, que é Canto à Colombia. Apesar de Juan Luis Guerra ser um artista dominicano, nessa canção ele resolveu exaltar o pais da America do Sul. Todo mundo que conheça um mínimo de musica latina, sabe que Juan Luis, ao lado de Marc Anthony, é um dos difusores da canção latina por excelência, que é a salsa. Na canção, ele fala das belezas naturais do pais andino, como por exemplo Barranquilla, cidade turística da Colombia, mas também fala da cultura local, exaltando ícones da musica colombiana como por exemplo Carlos Vives, Shakira , Juanes e Sofia. É uma musica de exaltação da Colombia, e que deixa transparecer todo o talento e a criatividade de Guerra, que é tido como um dos artistas mais importantes da America hispanofalante. Nota: 8,5

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Aperitivo: Papôla, Esperando Sentado, Pagando para Ver

Coletivo pernambucano formado em 2024, composto por Matheus Dália (Dersuzalá) baixo, guitarra, synths, Beró Ferreita (Qampo), guitarrista e vocalista, e Pedro Bettim, na produção, e complementado por Guilherme Calado, teclados, e Saulo Nogueira, guitarra, eles unem em seu álbum de estreia elementos da música psicodélica, musica brasileira anos oitenta, jazz fuzion, funk, new wave, e faz um pop rock bem auspicioso em seu début Esperando Sentado, pagando para Ver, lançado pelo selo Na realidade, eles trazem elementos da city pop com uma pitada de humor irresistível (como na segunda faixa de ESPV, a ótima Baby Mistério com seu riff funkeado) e também apresentam referências a Djavan e Rita Lee, Steely Dan. Eles já vieram chamando a atenção no single Contramão lançado em janeiro de 2025, forte em jazz fusion com seu lindo solo de guitarra. A terceira faixa de ESPV, Coitadolândia, traz uma influência clara de Guilherme Arantes, e fala sobre o fardo de nascermos para estarmos sempre em um...

Aperitivo: Mon Laferte, Femme Fatale

Selo: Sony Music. A cantora chilena, mas radicada no México Mon Laferte está de volta com seu novo trampo, Femme Fatale, depois do extremo sucesso que foi seu album de 2023, Autopoietica, em que ela expandiu sua sonoridade pop alternativa para o trap e o reggeaton, por exemplo, além do jazz, cumbia e da bossa nova, com letras emocionantes e com bastante impacto. Em Femme Fatale, seu novo trampo lançado agora essa semana, ela vem com o velho conceito da mulher sensual e empoderada, vulnerável, melancólica, e também sofisticada. Ela vem mais voltada ás raizes piano e voz dos trabalhos anteriores na primeira faixa, autointitulada, uma canção sobre melancolia e fragilidade. "Não tenho nada a perder, que se acabe o mundo/ Eu queria que me amassem, nada mais" mostra a vulnerabilidade do eulírico, nessa composição em que os arranjos de piano emolduram uma canção bastante confessional. "Sou esperta na arte de sabotar/ tantos anos tentando decifrar a mim mesma" só reforçam...

Aperitivo: The Last Dinner Party, From The Pyre

Selo: Island Records. Parece que a temática religiosa e mística tomou conta dos albuns de indie alternativo nesse ano de 2025, vide trampos de Candelabro, e o futuro da Rosalia, Lux, que será lançado mês que vem. The Last Dinner Party, que conta com as britânicas Abigail Morris, Lizzie Mayland, Emily Roberts, Aurora Nishevci e Georgia Davies traz esse From The Pyre para nossa apreciação auditiva, que mais uma vez agradece, visto que esse album é bastante interessante. Lembra realmente os momentos mais apreciativos de artistas de baroque pop como Florence and The Machine e a atemporal Kate Bush. Elas vem com corais poderosos, riffs intensos, hipnóticos. Não é segredo nenhum que o trampo anterior, Prelude to Ecstasy já trazia camadas e texturas musicais bem auspiciosas, mas nessa sequência elas verdadeiramente transcenderam. Fruto de uma mixagem e de uma produção mais apurada e mais direcionada a soar como canção chamber e folclórica. Para esse novo trampo, saiu a produção do début, q...