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Aperitivo: 7 Beach House


Ano: 2018
Selo: Sub Pop, Bella Union
Gênero: Dream Pop, rock alternativo
Parece: Grizzly Bear
Boas: Dive, Black Car, L’Inconnue.
Nossa Avaliação: Positiva.
Como o título mesmo faz menção, esse é só o sétimo trabalho de estúdio do duo de dream pop de Baltimore comandado por Alex Scally e Victoria Legrand. E podemos dizer, seguramente esse é o melhor álbum da dupla depois do aclamado Bloom, de 2012.
Eles vêm trazendo os mesmos elementos já trabalhados pela banda à exaustão desde os primórdios, mas aqui os temas parecem estar mais coesos e a sonoridade mais próxima do rock alternativo com traços de shoegaze, com que a banda sempre flertou.
E percebe-se que a banda, já em seu sétimo álbum de estúdio, se depara com o seu dilema: como se manter inovando e sem recorrer a velhas formas utilizadas ao longo de nossa trajetória? Pergunta que todas as bandas veteranas já devem de ter feito.
Na realidade, houve uma troca de produtores. A dupla deu férias a Chris Coady, que vem colaborando com eles durante bastante tempo e trouxe a novidade Peter Kember, que tem feito trabalhos memoráveis junto ao MGMT e a Panda Bear, mais conhecido por seu trabalho junto à banda Animal Colletive, que em breve passará por aqui no Brasil, e Peter é ex integrante do grupo Spacemen 3 ( Sonic Boom) e trouxe assim a característica de shoegaze já pertencente a bandas como My Bloody Valentine e Mazzy Star, então chega-se à conclusão de que a adesão ao trabalho de Peter fez bem ao duo e trouxe essa brisa de ar fresco a eles.
Logo, chega-se à conclusão de que a banda continua nostálgica mas insere elementos de shoegaze á sua sonoridade, nostalgia com inovação, o que resulta em um ótimo resultado, e esse álbum já é sem dúvida um dos melhores de sua carreira, e um dos mais ousados artisticamente. E que parece ser uma clara extensão do Bloom, de 2012.
Na verdade, esse álbum traz em si características épicas não vistas em trabalhos anteriores da banda. Como em Dark Srpings, em que a bateria de James Barone combinada aos sintetizadores de Legrand. Dive traz emanações psicodélicas em sua introdução, Lemon Glow traz em sua letra romantismo como é perceptível na frase “Quando você acende as luzes/ cor de limão, brilho de mel, é o que você faz, é o que me puxa”. E ao mesmo tempo que o trabalho está elevado e épico, ele está mais acessível ao público, coisa que só foi visto no Teen Dream, até hoje considerado o maior trabalho feito pela banda, e corre o risco de a fã base explodir após o 7, como aconteceu com os Arctic Monkeys após o AM.
E o shoegaze pulula na faixa inaugural da obra, lembrando bastante bandas como Slowdive e Cocteau Twins, por exemplo.
Pode-se dizer que esse é um dos melhores trabalhos dos BH, junto a Teen Dream e Bloom.


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