Selo: Polydor
O novo álbum de Florence antecedeu o de Rosalia em uma semana, mais precisamente, dia 31 de Outubro, Hallowwen e antecedente ao dia de todos os santos, mas a exemplo do álbum dessa e do das The Last Dinner Party, com sua temática místico pagã, o de Florence traz em sua temática a busca da redenção através da não adoção de dogmas religiosos tradicionais. Ele vem depois de um momento turbulento na vida de Florence Welch, em que ela passou por uma cirurgia delicada enquanto estava na turnê de seu trampo anterior, Dance Fever, de 2023, ao passar por uma gravidez ectópica, e isso reflete bastante na arte do álbum, e suas 12 canções são sobre esses últimos 12 anos de dor de Welch, e por isso vem carregado dessa tentativa desesperada de se reconectar com algo maior. E tudo isso regado a guitarras agudas,e sintetizadores.
Segundo a Rolling Stone, ela contou com apoio decisivo de Nick Cave, tanto do ponto de vista criativo quanto emocional, que não se esqueçam, passou por um verdadeiro desafio na feitura de seu album mais iconico no meados da década anterior, Skeleton Tree, época em que perdeu seu filho. Até porque conforme mencionado anteriormente, a cantora passou por uma gravidez de alto risco. E segundo a cantora em entrevista para a renomada revista estadunidense, chegou proximo da morte no momento em que estava gerando uma vida. E isso a transformou de forma irreversível.
As canções continuam parecidas com o que Florence vem fazendo ao longo de sua carreira, que é mesclar sintetizadores, sons orquestrais e coros poderosos de vozes, tudo isso "fechado" por sua singular voz contralto. E as guitarras bastante afiadas por sua parceria com Mark Bowen, pertencente á banda de hardcore britânica Idles.
E exalta a busca pela cura da dor, cura e a luta para se (re)conectar após ter ficado em estilhaços após a sua experiência frustrada com a maternidade.
A primeira canção mostra Florence convocando seu ouvinte a partilhar de todo o sofrimento que ela passou e que motivou esse desabafo em forma de álbum, mostrando o caos que percebe estar ao seu redor, como fica bastante claro nos trechos "Todos dançam/Todos cantam/ todos se movem/ todos gritam/ E eu não tenho que ser quieta/ Aqui eu não preciso ser meiga, extraordinária, e normal ao mesmo tempo", e o fato de essa canção já mostra ao interlocutor que aquele é um album recheado de dor, de incômodo e de inconformismo. Se trata de uma canção que brinca com o paradoxo, porque ao mesmo tempo que fala sobre o caos do excesso de som (gritos) é uma busca da paz, pelo silêncio.
One of The Greats se inicia com uma guitarra afiada, e repetitiva, "E cada respiração arrastada/ Me avisava que voltei dos mortos/ Para mostrar como faz/ Para mostrar a vocês o que é preciso/ Para conquistar e crucificar/ Para se tornar uma dos grandes". é uma canção sobre autoafirmação, o que realça o que é caro aos temas das canções, que encontramos força sim na vulnerabilidade. A canção retrata também a dificuldade de ser mulher e ao mesmo tempo vencer na música, e se trata de uma crítica á industria fonográfica. "É muito engraçado ser um homem e fazer uma música entediante simplesmente porque você pode".
O album é como se fosse um exorcismo de todos os fantasmas de Florence, entre coros, sintetizadores e guitarras distorcidas, como se ela tentasse se reafirmar e se reconstruir.
O album traz produção de Aaron Dessler (The National) e James Ford ( Arctic Monkeys), e retrata um equilibrio entre a temática cinematográfica e as texturas musicais densas. E mais uma vez, um album sobre libertação, e ascenção para novos horizontes e dimensões depois de estar preso aos proprios medos da cantora.
E sobram farpas para seus colegas contemporâneos da cena indie, em Kraken, “Todos os meus colegas tinham tanto potencial… Dei-lhes um beijo de despedida e deixei-os afogar-se”, mostrando que Welch volta nesse trampo amadurecida e transformada pelas experiências brutais que sua existencia tem lhe proporcionado.
O album conta com além do guitarrista da Idles, com participações espcialíssimas de gente como Mitski, e trará versões em fita cassete e com as músicas no estilo chamber.
Highlights: Everybody Scream, Sympathic Magic, Kraken, One of the Greats.
Coletivo pernambucano formado em 2024, composto por Matheus Dália (Dersuzalá) baixo, guitarra, synths, Beró Ferreita (Qampo), guitarrista e vocalista, e Pedro Bettim, na produção, e complementado por Guilherme Calado, teclados, e Saulo Nogueira, guitarra, eles unem em seu álbum de estreia elementos da música psicodélica, musica brasileira anos oitenta, jazz fuzion, funk, new wave, e faz um pop rock bem auspicioso em seu début Esperando Sentado, pagando para Ver, lançado pelo selo Na realidade, eles trazem elementos da city pop com uma pitada de humor irresistível (como na segunda faixa de ESPV, a ótima Baby Mistério com seu riff funkeado) e também apresentam referências a Djavan e Rita Lee, Steely Dan. Eles já vieram chamando a atenção no single Contramão lançado em janeiro de 2025, forte em jazz fusion com seu lindo solo de guitarra. A terceira faixa de ESPV, Coitadolândia, traz uma influência clara de Guilherme Arantes, e fala sobre o fardo de nascermos para estarmos sempre em um...

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