Selo: Sony Espanha. (Columbia Records)
Rosalia está de volta com um trampo inedito com 14 músicas, gravado com a Symphony Orchestra, em que se mostra servindo a Deus e criando um novo estilo de pop, em uma busca pela liberdade e transcendência, mas nunca se esquecendo da fragilidade humana, lançado dia 07 de Novembro, e que veio abalando as estruturas do pop como nós o conhecemos hoje. Abalando, porque além de ter utilizado a temática místico religiosa já bastante "desgastada" por outros artistas ao longo deste 2025, ela inova ao trazer essas 14 canções (serão 18 mas as outras quatro presentes apenas nas mídidas físicas do album) emolduradas por uma sonoridade orquestral e lírica, o que abre para uma vertente ainda pouco explorada no nossos dias, de unir art pop com o clássico e o erudito, e isso decorrente do fato de a a cantora ser formada na Escola de Arte da Catalunha em Barcelona em musicologia, então utilzou todo o seu conhecimento acadêmico nesse album que já vinha usando nos seus trampos anteriores, e o Motomami agora nós sabemos que é o seu trampo mais acessível, em que aparece samba e bossa nova, regaetton e todos nós podemos ver o seu surgimento como artista quando ela chegou reinventando o flamenco ( música tipica da Espanha) em EL Mal Querer, seu album de 2019 que é TCC de sua graduação.
Seu album traz participações luxuosas de artistas como Yves Tumor, Bjork, (Berghain) Yaritza y sua Esencia (La perla), Estrella Morente e Silvia Perez Cruz (La Rumba del Perdón) e Carminho (Memoria), a artista transita entre vários estilos musicais diferentes, como post rock, fado, pop alternativo, flamenco, opera e eletronica, e canta em nada menos que 13 idiomas (espanhol, inglês, alemão, português europeu, hebraico, francês, japonês, árabe, ucraniano, entre outros).
Em suas canções Rosalia se aproxima do divino, evocando criaturas sagradas como Santa Tereza, (em Sauvignon Blanc) e a monja beneditina alemã Hildergard von Binge, que era trabalhava com medicina natural e claro, com música. E inclusive na última faixa do álbum, ela usou como referência a nossa escritora Clarice Lispector. Mas sem esquecer-se de sua vulnerável essência humana.
A primeira faixa traz uma indecisão entre abraçar o sagrado e o profano, o espiritual e o terreno, logo nos primeiros versos, depois de trazer um dos sons mais crus do album, e dual a momentos de silêncio, "Quem me dera viver entre os dois/ Primeiro amarei o mundo e depois a Deus" ou ainda "Quem me dera ser desta terra/ E entrar no céu e voltar a essa terra." Em Porcelana, a canção reforça esse carater dual que todos nós trazemos em nossa essencia, de sermos ao mesmo tempo divinos e carnais, e isso resulta-nos em vulnerabilidade "Minha pele é fina/ De porcelana/ E dela emana/ Luz que ilumina/ Ou ruína divina". São canções que nos mostram como seres que originalmente somos divinos mas nos corrompemos com o materialismo terreno. Reliquia é sobre abnegação "Mas meu coração não é meu/ Sempre o dou" em La yugular é utilizado sample da poetisa e roqueira Patti Smith "Sete céus? Que grande coisa! / Eu quero ver o oitavo céu, o décimo céu, o milésimo céu" como expansão de horizontes, a busca pela transcendência, e pela liberdade.
A grande verdade é que ao longo de seus minutos o album aborda os seguintes temas: amor, carreira, religiosidade e feminino. Tem espaço para a abordagem clichê da desilusão amorosa, se término romantico com Rauw Alejandro, seu ex noivo,forma obscura e sombria em La perla "Olá, ladrão, ladrão de paz/ Campo minado para minha sensibilidade/ um playboy, um campeão/ gasta o dinheiro que tem e não tem/ Ele é tão encantador..." o que artistas como Adele e Fiona Apple vêm fazendo ao longo de suas carreiras. "Um terrorista emocional/ o maior desastre global"
Magnólias faz um encerramento apoteótico de uma obra prima, em que magnolias são as flores que a artista sonha em ver adornar o seu caixão. Uma concessão á imortalidade tanto buscada ao longo do album, a mortalidade do corpo sendo consequencia da busca pela transcendência, um desfecho bastante intenso e paradoxal, a vulnerabilidade finalmente vencendo a tentativa de ascenção que esteve abosrada nas músicas anteriores do album
Highlights: Sexo, Violencia y Lantas, Berghain, La Yugular, Dios es un Stalker, Memorias, Magnolias
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Coletivo pernambucano formado em 2024, composto por Matheus Dália (Dersuzalá) baixo, guitarra, synths, Beró Ferreita (Qampo), guitarrista e vocalista, e Pedro Bettim, na produção, e complementado por Guilherme Calado, teclados, e Saulo Nogueira, guitarra, eles unem em seu álbum de estreia elementos da música psicodélica, musica brasileira anos oitenta, jazz fuzion, funk, new wave, e faz um pop rock bem auspicioso em seu début Esperando Sentado, pagando para Ver, lançado pelo selo Na realidade, eles trazem elementos da city pop com uma pitada de humor irresistível (como na segunda faixa de ESPV, a ótima Baby Mistério com seu riff funkeado) e também apresentam referências a Djavan e Rita Lee, Steely Dan. Eles já vieram chamando a atenção no single Contramão lançado em janeiro de 2025, forte em jazz fusion com seu lindo solo de guitarra. A terceira faixa de ESPV, Coitadolândia, traz uma influência clara de Guilherme Arantes, e fala sobre o fardo de nascermos para estarmos sempre em um...
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