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Florence + The Machine retorna com Sympathy Magic, que reflete sobre a busca de redenção através do misticismo pagão.

Florence The Machine estão de volta ao trampo. O projeto de rock barroco da britânica de cabelos flamejantes Florence Welch volta com Sympathy Magic, lançada em 27 de Outubro, que reflete sobre amadurecimento e de como os acontecimentos nessa vida são fulgazes, efêmeros, tema bastante caro á musica contemporânea. E do quanto a vulnerabilidade pode mostrar força para se atingir a redenção. O single é um adiantamento de seu futuro álbum Everybody Scream, seu sexto, a ser lançado no dia 31, a data que comemora o mais conhecido evento da cultura pagã, o Halloween, pela Polydor Records, o vídeo de divulgação da canção contou com a direção de Autumm de Wilde, e que acompanha Florence em meio a várias dançarinas, como bruxas, em algum local de atmosfera mágica do interior da Inglaterra em que com suas coreografias hipnóticas, servem de moldura para a canção. Mas a Florence que conhecemos é assim, ama explorar a cultura pagã nos seus trampos, e vem fazendo isso com maestria ao longo dos tempos. E o clipe reforça a fusão de de energia natural, e bastante misticismo. O album contará com participações ilustres de Mitski e Aaron Dessner, e Mark Bowen, da banda de harcdore IDLES, e trará em seu conceito o folk horror, misticismo e poesia. E o Halloween é tido como uma fase de transição, e celebração do subconsciente. E a canção traz uma marca de Florence, que são os arranjos orquestrais, coros e atmosferas expansivas e bateria hipnótica. Reflete sobre uma fase de transição, reflexiva, de falta de autoconhecimento após o sofrimento, em que a busca da redenção é o principal, e a comunhão com o amor e a dor, complementares, e isso fica bastante claro em alguns trechos da canção. "A memória me falha, me embaçam os nomes e as memórias/ Só exite o antes e o depois/ Estou diferente, me transformei?/ Porque não reconheço o meu rosto." Essa faixa conta com a produção de Aaron Dessner, do The National, e Danny L Harle ( Carol Polachek), e vem após uma época em que Florence atravessou um periodo difícil após uma cirurgia, conhecendo assim os limites físicos de seu corpo durante a turnê de Dance Fever, e a busca pela cura e redenção através do misticismo pagã deve de ser a tônica do álbum. Essa faixa traz sintetizadores e percussões hipnóticas que emolduram esse amadurecimento de alma que o eu lírico passa, percebendo que tudo na vida é fulgaz e que a verdadeira cura está presente na comunhão em que devemos construir com algo que seja maior que nós. "O unico Deus que conheço/ Ele não quer que eu fique de joelhos para crer". Assim como Rosalia, Florence questiona esse Deus, e até mesmo no clipe ela se mostra um misto de vulnerabilidade e de poder, que na fraqueza se encontra a redenção. Que a dor e o amor são os únicos caminhos para se atingir a salvação. Parece uma tônica das artistas femininas deste ano de 2025 por há alguns textos atrás se falou de Mon Laferte, Silvana Estrada e Rosália se desnudando de sua vulnerabilidade para mostrar o quanto elas são fortes. Florence segue o mesmo caminho. A música relata a busca da conexão com algo maior visando a redenção, após ter perdido a fé nos dogmas tradicionais. E esse algo maior é a cultura pagã e seu misticismo. Esperemos para apreciar o Halloween de Florence, esse promete! Não tinha data memlhor para lançamento de um trampo com essas características, uma fase de transições e reflexão sobre as mudanças. A canção sequencia os já anteriores singles One of the Greats, Everybody Scream já disponíveis em serviços de stream de música por aí fora.

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